Deep Web, diferente do conceito que muitos associam, é um termo que mudou com a inovação tecnológica da web. Nos primórdios de 2001, Bergman o definiu como todo o conteúdo não indexado pelos buscadores (Search engines), onde a Surface Web correspondia todo o conteúdo indexado na 'superfície' da rede mundial de computadores. Na época, a Deep Web era aproximadamente 500 vezes maior do que a Surface Web. Em resumo, 'Deep Web' significava todo o Back-End dos sistemas online, que não era público ao usuário, como bancos de dados, arquivos de configurações e afins. Com o passar dos anos, surgiram as redes anônimas e descentralizadas, como a Freenet, que poderiam permitir a atuação de sites ilegais não indexados pelos buscadores, solicitando ao usuário série de softwares para acesso. Para tal, um novo conceito de Deep Web, criado por Bergman, fora atualizado: passa a ser todo tipo de conteúdo/sistema online que possua anonimato e descentralização. Com isso, Surface Web passa a ser todo tipo de conteúdo/sistema na rede mundial de computadores que não possua estes 2 pilares. Rede anônima contorna o endereçamento IP do dispositivo do usuário e, consequentemente, os IPs não conseguem manter registro de tais acessos. Redes descentralizadas contornam o IP de servidores, onde é impossibilitado, por terceiros legais, desligamento e localização de um responsável legal pelo serviço. Neste caso, VPNs não se enquadram em Deep Web, pois só contornam parcialmente o anonimato. Nos casos de Torrents, contorna-se somente a descentralização, descartando também sua classificação como parte da Deep Web. Com isso, a quantidade de conteúdo presente na Deep Web é extremamente inferior ao da Surface Web.
Diferente das redes sociais que acessamos, ou demais sites públicos e seus respectivos anexos, pode-se encontrar, na Deep Web, conteúdos de pornografia e tráfico infantil, tráfico em geral, manuais ilegais, contratação de serviços ilícitos, pirataria, exposição de dados pessoais, sites de notícias sensurados em seus países de origem, páginas em branco e de teste, repositórios de software, etc. Dessa forma, descartam-se, no geral, conteúdo paranormal, curas milagrosas, enigmas extraterrestres, informações aprofundadas sobre determinado conceito/conteúdo, informações governamentais ou corporativas (De forma a serem disponibilizadas/publicadas por tais órgãos. Isso, descartando tráfico ilegal de tais dados sigilosos), além de histórias de terror/mitologias sobre a Deep Web, como bonecas sexuais humanas, centopeia humana, luta de gladiadores até a morte, entre outras ficções. Deep Web não possui cunho criminoso, a não ser que seu respectivo conteúdo pesquisado/manuseado possua.
Deep Web é composta por inúmeras redes, que fornecem anonimato e descentralização. Tais redes são compostas por softwares de acesso às mesmas, mediante instalação e configuração. Entre elas, tem-se Tor (Onion), I2P, Twister, Freenet, Hyperboria, ECnet, Galet, StealthNet, Globaleaks, Yggdrasil, Demonsaw, Tox, Ricochet, Retroshare, OnionShare, Tribler, entre outras. Cada rede possui características e formas de acesso específicas (Chat, páginas/sites, compartilhamento de arquivos, comércio, etc). Ao acessar tais redes, têm-se alguns buscadores específicos, como o desativado Grams, Kilos (dnmugu4755642434.onion), DuckDuckGo (3g2upl4pq6kufc4m.onion), Torch (cnkj6nippubgycuj.onion), Search Reconhecimento (reconponydonugup.onion), Ahmia.fi (msydqstlz2kzerdg.onion), notEvil (hss3uro2hsxfogfq.onion), Vela (gjobqjj7wyczbqie.onion), Haystak (haystakvxad7wbk5.onion), entre outros. As URLs são alteradas constantemente.
Deep Web não é metáfora à iceberg/cenoura, pois seu conteúdo não encontra-se na forma vertical, onde, quanto mais profundo, mais difícil/ilegal/macabro de acessar. Mas sim, deve ser comparada no formato horizontal, pois todo o conteúdo nas suas redes encontra-se na mesma altura. Neste caso, cada rede corresponde a uma camada. Entretanto, não há nenhum critério absoluto para uma categorização e/ou ordenamento. O conceito de Dark Web também é descartável, mesmo que, alegoricamente, muitos o caracterizam como o conteúdo ilegal da Deep Web. Mariana 's Web pode ser considerado, alegoricamente, como rede, ou conjunto de redes, de difícil acesso e armazenamento de conteúdo, sendo o termo também tecnicamente descartável. De forma técnica, as categorias Deep Web e Surface Web são as únicas consideráveis.
Pode-se acessar a Deep Web por meio de suas redes, como, por exemplo, através da rede Onion, utilizando Tor Browser. Para tal acesso, recomenda-se utilização com janela minimizada (Evitar captura da resolução da tela), configuração rígida do software de acesso (Linguagem inglês padrão), não acessar redes sociais, não clicar em links suspeitos, nem preencher quaisquer formulários ou fazer downloads e instalar extensões e plugins. Evitar chats com informações pessoais, utilizando pseudônimos. Nunca permitir acessos, como microfone, notificações, cookies, localização e webcam. Acessar tais redes, de preferência em Máquina Virtual. Para fazer downloads, deve-se utilizar VPN descentralizada, como Torifier, Whonix ou Tails, dos quais servem para qualquer rede da Deep Web. Todo o anonimato encerra-se no fechamento de tais VPNs, portanto o arquivo deve ser deletado antes mesmo da interrupção das mesmas. Os sistemas operacionais recomendados são Tails e distribuições Linux voltadas para segurança. Ter o endereçamento IP revelado pode levar a descoberta da região física, provedor de internet e histórico de torrents. Conforme suas atividades nas redes Deep Web, você pode, ou não, cometer crime. Navegar na Deep Web não é crime, dependendo do conteúdo acessado. Alguns poucos países proíbem acessos à redes anônimas e descentralizadas, não é o caso do Brasil. Caso ocorra interferências legais às redes Deep Web, será o desligamento de serviços e busca por responsáveis, através da quebra do anonimato.
Elaborado por Mateus Schwede
ubsocial.github.io